
Capa da revista Times, uma afegã chamada Bibi Aisha de 18 anos, é um exemplo de como está a situação das mulheres no país. Adiantando... não está nada bom.
Aisha foi dada pelo seu pai em troca de um crime que um tio dela cometeu (costume tribal chamado baad). A sua nova família faz parte do Talibã, em especial o seu marido. Neste período Aisha era uma menina de aproximadamente 12 anos.
Era escravizada, dormia em um tipo de estábulo junto com animais e sofria agressões constantemente. Cansada de tudo isso, Aisha conseguiu fugir, mas logo foi capturada pela polícia.
No Afeganistão é proibido mulher andar sozinha pelas ruas. De alguma maneira seu pai teve conhecimento do fato e foi até a delegacia, pedindo a soltura da filha. Conseguiu com que Aisha fosse libertada, mas a levou para a família a qual ele a deu. Tirou-a da prisão e a levou aos torturadores. Isso é que eu chamo de atitude de pai!
A afegã foi levada para um local isolado e imobilizada pela “própria” família. Não se sabe se foi o irmão do marido ou ele próprio a cortar suas orelhas e seu nariz. Deixaram Aisha desmaiada para morrer. Quando acordou não conseguia nem enxergar direito. Caminhou até a sua antiga vila pedindo abrigo mas, seu tio não a deixou entrar.
Não se tem informações de quem a levou para a base militar americana, onde recebeu tratamento médico. Praticamente este foi o renascimento desta pequena afegã.
A escravidão e a tortura são marcas que essa afegã carregará por toda vida.
Hoje, Aisha está a espera de uma cirurgia, e finalmente está se instruindo, estudando e conhecendo um mundo novo.
Ela conseguiu uma prótese para o nariz, e na imagem divulgada podemos ver uma guerreira que agora, mesmo com todos os traumas, pode sorrir.
Fonte/ imagens: Blog Mulher 7x7 - Época
Um comentário:
"As a journalist, sometimes no matter how much you want to distance yourself from what you are reporting, you can't. Long after she has left Kabul I know I won't be able to stop thinking of Aisha, just as I'm unable to forget the many other victims in Afghanistan that I've met". - Atia Abawi, correspondente da CNN
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