Confesso que, se fosse para eu escolher, talvez não optasse por “Bastardos Inglórios”, no sábado a noite. Até porque, fazia um tempinho que não íamos ao cinema. Como somos um casal democrático (às vezes), Diego escolheu os Bastardos.
A hora da sessão é de mera importância para alguns comentários que farei: 0:01. Comprar pipoca é essencial, então, munidos de muita pipoca com manteiga, e refrigerantes entramos na sala. Escolhemos “nosso lugar”, aquele lugarzinho do Cinemark que dá para apoiar os pés no ferro, sem atrapalhar ninguém, é claro. E também a sessão não estava muito cheia, e foi se esvaziando com o passar da horas. Antes do filme começar uma ida estratégica ao banheiro.
Capítulo 1 – Sim, o filme é dividido em capítulos - li em uma crítica que é uma tradição do diretor Quentin Tarantino. Bom, esse capítulo inicia-se na França, em 1941, em uma fazenda onde o Coronel (e mega vilão) Hans Landa (Christoph Waltz), vai fazer seu trabalho, “caçar judeus”. Nesta cena, após um dialógo longuíssimo e assustador (o coronel consegue mexer com o psicológico do dono da fazenda), Hans Landa descobre os judeus escondidos no assoalho (como ratos, na lógica nazizta), e sem piedade faz com que seus homens atirem, mas Shosanna Dreyfus (Mélanie Laurent), consegue escapar (eu acho que ela correu bastante, Diego diz que o coronel não quis atirar).
Do outro lado do filme, está o grupo de soldados americanos judeus que dá título ao filme, uma pequena unidade de guerrilha e extermínio do exército, liderada pelo sulista Tenente Aldo Raine (Brad Pitt). Digo que tinha certo preconceito sobre a atuação de Pitt no filme, pois ele estava “se achando” nas premieres da obra. Mas, após assistir, concordo com ele, o filme é bom. E sua atuação é uma das melhores que já vi. Ele diverte como o carismático Aldo Raine. Com um sotaque sulista hilário, além de trejeitos bastante óbvios, bem como uma moral bem particular, Raine é o líder perfeito para o seu time de malucos. A cena mais engraçada do Tenente é a que ele tenta falar italiano, em meio a nazistas, frente a frente com Landa.
Parênteses necessário - Se dei a impressão que vou seguir com os capítulos, enganei vocês, porque não tenho tão boa memória para citar cada capítulo. Ah, e também esse texto não é uma crítica do filme, coisa que não sou apta a fazer, é só sobre minhas impressões.
Outra coisa a se destacar é o roteiro do filme. Conversas sobre nada, que tornam o momento bastante tenso, têm aos montes. Mas elas também dão espaço a diálogos carregados de humor negro e de grande tensão. (Esses dialógos me deram um pouco de sono, afinal, o filme só foi acabar 2:40 da manhã, mas nada muito massante). Não é à toa que uma das cenas mais tensas de "Bastardos Inglórios" é um diálogo entre a jovem Shosanna e Landa. O pedido de uma sobremesa em um restaurante se torna umas das cenas mais tensas que já vi.
Adotando uma nova identidade após a morte de seus parentes, Shosanna se torna dona de um cinema parisiense. Graças à “paixonite aguda” do soldado alemão Frederick Zoller (Daniel Brühl) por ela, a grande premiere do último filme panfletário de Goebbels (Sylvester Groth) - Ministro do Povo e da Propaganda de Adolf Hitler, se dará no cinema da jovem. Com a presença de todos os figurões do partido em um local só - incluindo o próprio Adolf Hitler (Martin Wuttke) - que é retrato com um doente mental - a ocasião torna-se a oportunidade perfeita para explodir o comando nazista e encerrar a guerra de uma vez por todas, plano traçado pelos Bastardos e pela própria Shosanna, sem um ter conhecimento do outro.
Daí seguimos para o “grand finalle”. Eu, sem saber que o filme não era “aula de história”, esperava por um fim completamente diferente. Mas, realmente, o filme tem um final bem melhor. Só achei que o coronel Landa deveria ter tido outro final, mais ruim para ele. Já Diego achou que ele deveria ter um final melhor (aqui demonstra todo o carisma que o vilão adquire durante o filme), mas depois achou “justo”.
Tarantino encerra o filme falando através do personagem de Brad Pitt, que “Esta provavelmente é sua maior obra prima”. Bem, eu não conheço muito sobre Tarantino, mas devo concordar que o filme é uma obra prima dos cinema moderno.