Tratando com bastante liberdade o personagem, conhecido por sua esperteza e poder de dedução, Ritchie abre mão da maior parte de sua tradição, como os até agora inseparáveis cachimbo, chapéu de caçador e a frase "elementar, meu caro Watson" - que era sempre usada para seu habitual parceiro, o médico John Watson (Jude Law).
Assim, dá força total a uma atualização da imagem de Holmes (Robert Downey Jr), tornando-o um personagem atlético, quase um heroi de ação sem superpoderes. Sherlock gosta de luta livre por esporte. E luta muito bem no filme, com técnicas para derrubar adversários maiores e mais fortes.
Watson e Holmes unem suas forças para enfrentar magia negra. No caso, uma sociedade do mal orquestrada pelo sinistro lorde Blackwood (Mark Strong), responsável por uma série de assassinatos rituais e capaz de fazer quase todos acreditarem que ressuscitou após o próprio enforcamento.
Aqui, cabe dizer que Holmes me lembrou muito outro personagem (bem mais novo), Robert Langdon de Dan Brown, na forma como desvenda os casos, no raciocínio, em especial por se tratar, neste filme, de um caso de mistérios de uma sociedade secreta. Langdon só não é adepto das porradas que Holmes dá e também não é tão divertido quanto o detetive.
Enfim, foi uma boa maneira de ser apresentada ao personagem. Vou dizer que senti falta da frase “elementar, meu caro Watson”, que até o final esperei que ele dissesse, mas de resto, não posso reclamar de nada. (Só de minha dentista que apertou tanto meu aparelho que nem pude curtir a pipoca).
Sinto cheiro de franquia de sucesso no ar...