quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O velho sabor da impunidade


Pela manhã os gritos de um pai na TV me chamaram atenção, era Paulo Roberto, pai do menino João Roberto, assassinado pela polícia em julho deste ano. O julgamento do crime inocentou o policial militar William de Paula da acusação de homicídio duplamente qualificado.

Por quatro votos a três, os jurados decidiram absolver o policial da acusação de homicídio duplamente qualificado (quando há o uso de arma de fogo sem chance de defesa para a vítima). Na avaliação do júri, o PM agiu de acordo com o que é exigido pela função dele (matar inocentes?).

O júri também não acatou a tese da acusação de que houve tentativa de homicídio contra a mãe e o irmão do menino João Roberto, e decidiu condenar o cabo William por lesão corporal. A pena estabelecida foi de sete meses em regime aberto, mas acabou substituída pela prestação de serviços à comunidade, sete horas por semana, durante um ano.

“Não podemos aceitar o que aconteceu hoje. É um absurdo dizer que a pessoa estava no cumprimento do dever. Matar uma criança de 3 anos, quase matar minha mulher e meu outro filho e sair daqui impune, estar nas ruas de novo, isso não pode acontecer. Acredito até o final na Justiça. Essas pessoas vão ter que pagar pelo homicídio do meu filho. Isso não vai ficar assim. Ainda não acabou”, protesta o pai do menino.

O outro policial militar acusado da morte do menor, Elias Gonçalves, ainda não teve o julgamento marcado.

Mais uma vez a Justiça lava as mãos e deixa com que mais um criminoso sinta o gostinho de ser impune, ser imune à condenação, ser livre para atirar contra um carro de uma família, por engano, matar uma criança, realmente essa deve ser a função dos policiais, eles estão acima da lei, e decretam pena de morte a todo instante.

A impunidade me enoja ...

Na Grécia a população se revoltou após Alexandros Grigoropoulos, de 15 anos, ter sido morto baleado por policiais durante um ato na capital. Já é o sexto dia seguido de violentos protestos de rua no país.

Na quarta-feira, um tribunal ordenou que os dois policiais gregos acusados de ter matado o adolescente fiquem presos preventivamente até seu julgamento. Epaminontas Korkoneas, autor dos disparos, foi acusado de homicídio culposo. Vasilis Saraliotis responderá por cumplicidade. A data do julgamento ainda não foi marcada, mas ele pode demorar meses para ser realizado.

Nenhum comentário: