segunda-feira, 15 de setembro de 2008
A maldita queima do sutiã
Mulheres com uma idéia na cabeça e sutiãs em mãos, a queima, dos valores machistas.
Isso não aconteceu, acredita? Pois é, o episódio da queima de sutiãs é lenda!!
O que aconteceu foi o seguinte: No dia 7 de setembro de 1968, enquanto Jordi Ford era eleita Miss América e, do lado de fora do teatro, uma centena de mulheres gritava lemas de protesto, a história eternizava um episódio que, na realidade, nunca aconteceu: a queima de sutiãs em praça pública. Para protestar contra a ditadura da beleza que estava sendo imposta às mulheres de seu tempo - o degradante símbolo burro-peitudo-feminino, como dizia o manifesto divulgado naquele dia - mulheres de vários estados americanos saíram às ruas de Atlantic City levando símbolos de feminilidade da época: cílios postiços, revistas femininas, sapatos de salto alto, detergentes e sutiãs. Elas organizaram uma "lata de lixo" onde todos os apetrechos seriam queimados. Mas a queima não chegou a ocorrer. "A prefeitura não autorizou o uso de fogo", diz a feminista americana Amy Richards. [fonte:Que mulher é essa? - Revista Super Interessante]
Quarenta anos depois os ideais pelos quais essas mulheres lutavam (feministas), parecem meio conturbados, transformados em uma coisa qualquer, menos igualdade.
A luta de nossas antepassadas era válida, queriam direitos iguais. Independência, talvez de seus pais e maridos opressores, queriam poder amar sem medos, queriam viver plenamente e a opressão do sistema machista em vigor as impediam disso. Por isso queriam ser iguais!
Mas como sabemos, mulheres não são iguais, talvez por terem que lutar sempre para conquistar o que desejam, acabamos por adquirir uma carga, talvez, pesada demais. Não que a luta por direitos tenha sido (ou é) equivocada, mas a forma pela qual nos foi jogada mais responsabilidades, em minha (ainda em formação) opinião, foi (e é) equivocada.
Conseguimos direitos importantes, como o direito a voto, o direito a entrada no mercado de trabalho, em condições “iguais” entre outros.
E as responsabilidades? De trabalhar (muitas vezes para sustentar a casa), cuidar dos filhos e afazeres domeśticos, ser esposa dedicada, feminina, estudar cada vez mais ... O que vejo são mulheres sobrecarregadas, casamento, filhos, carreira... ser mãe(algumas são mãe/pai), mulher, profissional competente. Tudo isso e ainda aguentar salários menores e falta de reconhecimento, seja no serviço ou em casa.
Mulheres tem crises existenciais, tem surtos (TPM), tem sonhos como casar em um sítio e ter filhos lindos de cachinhos (tá, sonho meu, confesso), e sonha em conseguir um lugar no mercado de trabalho, mas torce para que isso não atrapalhe os sonhos anteriores (considerados bucólicos), mulheres têm se tornado "machos" para não mostrar seu lado sensível, seu lado frágil, porque fragilidade é coisa do passado, o sexo frágil não existe.
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Um comentário:
Adorei esse texto. Eu sou uma que vivo em crise questionando tudo isso...eu me recuso a me sobrecarregar desta forma como somos obrigadas hoje em dia...Tem que haver um equilíbrio!!!! O equilíbrio individual e sem culpa.
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