Posso dizer que o homem admirável da vez é uma inspiração. Daquelas pessoas que você admira e vê quão longe está do idealizado, mas sem frustrações, gênios são poucos e Gay Talese com certeza é um deles.
Sabemos (nós jornalistas), que antes mesmo de escrever é preciso observar e talvez seja na arte da observação que Talese faz sua mágica. Como disse Cassiano Elek Machado em um artigo da Folha de São Paulo: Gay Talese fazendo reportagens é Picasso com suas tintas, Ferrari de tanque cheio --só que melhor.
Fui apresentada a Talese na faculdade, não lembro se peguei “O Reino e o Poder” na biblioteca antes ou depois da aula de Renata Carraro. Só sei que ali conheci o jornalismo literário e caramba, que alegria. Antes de finalmente optar por jornalismo, quase fiz Letras por conta da Literatura e agora o jornalismo se unia com a literatura bem na minha frente (ok, isso aconteceu faz tempo – mas pra mim foi naquele momento). E pronto, posso me realizar sendo jornalista e escritora.
Fazer com que vírus na garganta de Frank Sinatra tenha se tornado o resfriado mais famoso da história; apontar que nova-iorquinos consumiam 34 km de fio dental todos os dias; fazer da construção de uma ponte no Estado de Nova York uma obra tão épica quanto uma Maravilha do Mundo, são algumas das façanhas de Talese. Muitas outras lições clássicas no new journalism (Novo Jornalismo) podem ser vistas na reunião de “Fama e Anonimato”.
Com 79 anos, o norte-americano de Ocean City, anda impecável, lição que aprendeu com o pai, alfaiate. Filho de imigrantes italianos, Gay, estudou na Universidade do Alabama e começou a trabalhar no New York Times como “garoto da copiadora”, após uma breve passagem pelo exército Talese retornou ao Times em 1956 e trabalhou como repórter do jornal até 1965. Desde então, ele escreveu para diversas publicações, como Esquire, The New Yorker, Newsweek e Harper's Magazine.

Gay Talese mora com sua mulher, Nan, em Nova York. Ele está trabalhando em um livro sobre o casamento para a editora Knopf.
Neste link - em inglês(http://www.theatlanticwire.com/business/2011/06/gay-talese-what-i-read/39186/) um pouco mais da vida do escritor, descrevendo um dia rotineiro. Quando li, pensei: meu sonho, é daqui uns anos, poder ter um dia como esse. E quem sabe escrever um tantico como ele, sonhar, neste caso, não custa nada!
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