sexta-feira, 11 de novembro de 2011

10.3 Homens contemporâneos que admiramos

Um piano, uma vida

Esta semana ele deve estar muito feliz com a volta da Associação Portuguesa de Desporto a série A do Campeonato Brasileiro. Nasceu em 1940, é um belo e maravilhoso exemplo de superação. Dono de uma voz rouca, porém forte, uma dedicação incrível e, para ele o que tiver que ser dito ou feito, é para ser feito. Não mede palavras com ninguém, até politico já passou por “saia justa” com ele, mas isso já é outra história!

Um maestro chamado João Carlos Granda da Silva Martins, é completamente apaixonado pela música. Iniciou aos 8 anos os seus estudos. Seu pai lhe comprou um piano e João Carlos teve como a primeira mestra Aida de Vuono. Participou de um
concurso para executar a obra de Johann Sebastian Bach, o pequeno garoto venceu a sua primeira de muitas competições. Começou a estudar no Liceu Pasteur, e aos 11 anos o piano fazia parte de sua vida, eram 6 horas diárias de muito estudo.


João Carlos conquistou grandes concursos internacionais e tocou com as maiores orquestras norte-americana, além de gravar a obra completa de Bach para piano.

O maestro foi ainda o responsável pela inauguração do Glenn Gould Memorial em Toronto.

Superação e paixão
Sempre passamos por altos e baixos na nossa vida, e infelizmente com o maestro não seria diferente. Participando de um jogo de futebol, João Carlos sofreu um rompimento de nervo o que causou a perda de movimentos da mão direita. Achou que não poderia mais tocar. Com diversos tratamentos conseguiu recuperar parte dos movimentos.

Após 7 anos, o maestro se afasta da música novamente. Desenvolveu uma doença chamada Síndrome dos movimentos repetitivos. João Carlos resolve voltar a estudar e a se aperfeiçoar.

Mas se você tem tanto amor por algo, não se consegue ficar longe. O maestro comprou novos instrumentos e conseguiu desenvolver um estilo único de acordo com os movimentos que suas mãos lhe permitiam, sempre com o máximo de perfeição. Conseguiu novamente realizar grandes concertos, e um deles aconteceu na Bulgária, que saindo de um teatro o maestro é assaltado e leva uma barra de ferro na cabeça, o que compromete todo o seu lado direito.

Achou que sua carreira se encerraria? Não, de jeito nenhum! A persistência, a dedicação e o esforço, mesmo com dores terriveis, ele encontrou uma nova maneira de tocar, utilizando os dedos que podia de cada mão. Um ano depois já estava fazendo as 21 notas por segundo.

Dois anos se passaram e foi necessário fazer uma cirurgia na mão, cortar o nervo, com isso o maestro ouviu dos especialistas que nunca mais iria tocar piano. Ele deve ter pensado, “Ah, vá!”, e assim ele inicia uma nova carreira usando apenas a mão esquerda.

Achou que agora a vida do maestro estava melhorando? Eis que surge um tumor na mão esquerda, isso mesmo, a direita comprometida e agora este tumor na esquerda!


Aos 64 anos João Carlos Granda da Silva Martins começou a estudar regência, e formou a Bachiana jovem, e a Bachiana
Filarmônica que se tornaram uma orquestra única. Um dos momentos que mais emocionou o maestro, foi quando ele levou a orquestra para Nova York e tocou o Hino Nacional Brasileiro, quando ele virou para a plateia, olhou para o alto e viu diversas bandeiras do Brasil penduradas. Ali ele agradeceu a Deus pela oportunidade.

“Eu agradeci a Deus o fato de ser brasileiro e de estar conseguindo fazer música e, levar música até o fim da minha vida” – maestro João Carlos Martins.

Saber da sua história, das dificuldades e da superação, ouvir este homem tocar é uma emoção inigualável! Os seus ouvidos transmitem, a sua mente capita, e o seu coração sente, a emoção se espalha por todo o seu corpo. Simplesmente maravilhoso!

Nós, simples mortais, só temos uma coisa a dizer ao Maestro: Obrigado!

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