Eis um nome que não poderia faltar em nosso TOP 10: Raí Souza Vieira de Oliveira, mais conhecido pela torcida do São Paulo como: “Raí, Raí, o terror do Morumbi”. Para quem não sabe, o ídolo tricolor é irmão de outro craque de bola: Sócrates. Vindo de uma família, no mínimo diferente – o pai gostava de filosofia e deu aos filhos mais velhos os nomes de filósofos gregos: Sócrates, Sófocles e Sóstenes. Seu Raimundo, ainda tentou com que Raí se chamasse Xenofonte, mas sua mulher, Dona Guiomar, conseguiu dissuadi-lo da ideia (ainda bem!!), Raí cresceu observando o sucesso do irmão mais velho.
Pouca gente sabe, mas a primeira bola com a qual Raí competiu foi a de basquete, esporte que praticou dos 12 aos 14 anos e lhe rendeu o vice-campeonato pela Recreativa de Ribeirão Preto. Raí sempre jogava pelada com os amigos, como quase todo menino, mas futebol só entrou em campo quando ele tinha 15 anos. Levado por um amigo ao Botafogo de Ribeirão Preto, passou no teste, mas , no início não tinha muita ambição de ser um craque, não levando a carreira a sério. Isso mudou quando tornou-se pai precocemente, aos 17 anos. O nascimento de Emanuella o fez mudar sua relação com o futebol.
Com dedicação, Raí tornou-se um dos poucos jogadores de futebol de um clube do interior a chegar à seleção brasileira. Logo após sua convocação para a seleção rendeu a maior transação já realizada entre times brasileiros na época: Raí foi comprado pelo São Paulo Futebol Clube por 24 milhões de cruzados. Aqui, a história de Raí muda e a minha também. Afinal, após Telê Santana aperfeiçoar o talento do atleta, ele torna-se essencial para o time do São Paulo e o primeiro homem que admirei (fora meu pai). E olha, eu escolhi o cara certo para admirar.
Junto de Telê, Raí treinou exaustivamente a concentração, marcação aos adversários e, principalmente, as finalizações. Raí conquistou a camisa 10 do time e começou a colecionar conquistas. Veio o Bicampeonato na Taça Libertadores da América e o Mundial Interclubes em 1992. E é justamente a final do Mundial de 1992 a minha mais viva lembrança da infância (antes dos 5 anos).
Após o sucesso no São Paulo, o caminho natural eram os campos internacionais. Dentre as várias propostas que recebeu, Raí acabou se decidindo pelo francês Paris Saint-Germain. Em setembro de 1993, fez sua primeira partida vestindo a camisa azul e vermelha do time e marcou o único gol do jogo contra o Montpellier.
O Paris Saint-Germain dificilmente teria conquistado tantos títulos entre 1994 e 1998 sem a presença de Raí no time: Copa Liga da França (95 e 98), Copa da França (93, 95 e 98), Campeonato Francês (94) e a Recopa Europeia (96). A torcida reconheceu a ligação entre o craque e tantas vitórias e Raí virou um ídolo entre os torcedores, que o consideram um dos maiores jogadores que já passaram pelo time. Na sua última partida pelo time, o público compareceu ao estádio com placas verde-amarelas e cantou “Aquarela do Brasil”. Raí se emocionou. Há alguns anos, ao descobrir que Raí assistia a um jogo do PSG da tribuna de honra, torcedores e até os jogadores começaram a gritar seu nome. E apesar de ter voltado ao Brasil, o ídolo nunca se desligou afetivamente do time e da cidade de Paris.
Já com a camisa da seleção brasileira, Raí não brilhou tanto. Esteve na conquista do tetra em 1994, estreou como titular, mas acabou perdendo a posição no decorrer do campeonato. Confesso que não sei dizer o porque, afinal, não me lembro muito do que aconteceu naquele ano...rs.
Após voltar ao São Paulo em 1998, para vencer um campeonato paulista em cima do Corinthians, Raí se despediu dos campos em 2000. Mas quem acha que seus feitos admiráveis estão só dentro de campo está muito enganado. Atualmente, ele dirige uma entidade filantrópica de ajuda às crianças chamada Fundação Gol de Letra, ao lado de seu ex-colega de São Paulo e Paris Saint-Germain, Leonardo. Em 2006, junto com outros atletas, criou a organização Atletas pela Cidadania, que se dedica a defender causas sociais.
E quem acha que acabou, ainda tem mais... Raí estudou filosofia (influencia do pai? Será?) e recentemente, lançou um livro infantojuvenil, inspirado em uma redação de sua neta. Sim, Raí é o avô mais gato que eu já vi! O livro “Turma do Infinito”, cujos rendimentos com direitos autorais serão revertidos para a Fundação Gol de Letra – traz uma pitada de filosofia.
É craque ou não é?
Vou finalizar copiando minha frase final de um outro post que já escrevi no blog falando do Raí: A mulher que quando menina teve em seu primeiro amor o craque 10 do tricolor, agradece porque ele não perdeu o encanto, só o aumentou.
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