segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

As Crônicas de Nárnia: A viagem do Peregrino da Alvorada


É claro que no Chá, não poderia faltar um texto sobre o mais novo capítulo das Crônicas de Nárnia. Dessa vez com a estória “A viagem do Peregrino da Alvorada”. Como fã incondicional dos livros de C.S. Lewis sou suspeita para comentar, mas vou tentar fazer uma análise não tão apaixonada (tirando as partes que citar Aslam, porque sou apaixonada por Ele).

Nesta terceira parte, embarcamos no navio Peregrino da Alvorada, para agora explorar os oceanos de Nárnia e suas misteriosas ilhas. Tudo começa quando os irmãos Lúcia e Edmundo se encontram entediados na casa de seus tios, naquilo que deveriam ser férias (no filme mostra como se eles estivessem morando lá há um bom tempo). Para piorar tudo, além da guerra – que ainda perturba o sono dos ingleses -, tem o chato primo Eustáquio Scrubb. O garoto gosta de infernizar seus primos sendo o anfitrião mais antipático possível. Mas, o destino pregaria uma peça bastante disciplinar em Eustáquio. Ele e seus primos não esperavam, mas o belo quadro de um navio em águas turbulentas que ficava no quarto de hóspedes era uma janela para Nárnia, e para lá eles literalmente emergiram, a bordo da magnífica embarcação em forma de dragão.


Em meio a muitos protestos do mimado Eustáquio, o barco segue seu caminho rumo a uma missão de suma importância para Nárnia. Com o Rei Caspian no comando, a expedição precisa encontrar as sete espadas dos sete Lordes desaparecidos, e para isso terão de enfrentar seus piores pesadelos. O inimigo agora está na mente de cada um deles.



Aqueles que conhecem a obra original de C.S. Lewis perceberam mudanças claras na história – eu tinha, literalmente, acabado de ler o livro quando vi o filme, então deu para notar todas as mudanças. Ao invés de procurar Lordes, eles essencialmente procuram espadas. Todas as mudanças foram feitas sob o argumento de “deixar o público cativado”, como se o texto original não fosse capaz do mesmo.

Will Poulter, como o pentelho Eustáquio é o destaque. O garoto chama atenção, conseguindo captar o ar insuportável do personagem, e depois, obviamente, redimi-lo. Com certeza o melhor personagem, e mais bem trabalhado, é o rato Reepicheep (ou Ripchip). O pequeno e carismático (até para quem odeia ratos como eu) espadachim se torna a babá de Eustáquio e desta relação surgem as melhores piadas e os momentos mais dramáticos.

A presença de elementos que remetem aos traços cristãos da obra de C.S. Lewis deve ser tomada como mais um ponto a favor do filme. A inserção de mensagens bem posicionadas entre os detalhes da trama e a rejeição por qualquer tentativa de didatismo religioso são méritos que precisam ser citados. O filme de Michael Apted aborda a temática de modo intimista e a cena em que tais características aparecem de maneira mais explícita é totalmente bem aproveitada.

Apesar das poucas aparições de Aslam – uma pena, mas sempre aparece de forma encantadora, e das modificações com relação ao livro, “A viagem do Peregrino da Alvorada” é um filme que vale a pena ver, tanto para crianças como para adultos, pois tem um ar de fantasia essencial para nossas vidas!

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