quinta-feira, 11 de março de 2010

Neymar é só um moleque bom de bola


Ontem, iria assistir ao jogo do Corinthians na Libertadores, é um torneio que me interessa, e me interessa ainda mais, torcer contra o Corinthians. Mas, antes do jogo começar, mudei de canal, e no Sportv iria passar Santos x Naviraiense, todos já sabiam que vinha goleada. Ainda assim, insisti em ver o timão. Jogo chato demais. Troquei de canal, Santos já tinha feito uns 3 gols e em poucos minutos vi mais 2. Isso sim que é bom de se ver. Milton Leite até comentava, na transmissão pelo Sportv, a quantidade de crianças no estádio (fruto de uma promoção de ingressos a 1 real), elas estavam se apaixonando pelo futebol.

Esse texto não pretende ficar babando no futebol atual do Santos. Vamos ao que interessa:

Durante o jogo Neymar fez um golaço, mais um. É dele que o texto se propõe a falar. O menino que causou polêmica ao dar um chapéu no zagueiro do Corinthians, com a “bola parada”. Acompanhei a entrevista dele no dia seguinte, no Globo Esporte, perguntado sobre o lance ele respondeu: “fiz porque deu vontade”. Para uns, demonstrou insolência, eu enxerguei meu irmão de 16 anos dando entrevista.

Sim, Neymar é um garoto. E garotos fazem as coisas “porque dá vontade”. Tem tanto jogador de futebol que não demonstra vontade em campo (vide metade do time do São Paulo). O menino tem vontade de dar chapéu, de driblar, de fazer golaço.

Neymar, desde cedo, é tratado como craque. Lembro de uns amistosos dos quais ele participou novinho. Pelé (sempre ele) dizia que ele era uma promessa e todos já demonstravam expectativa e ansiedade por vê-lo em campo o mais rápido possível. O futebol e “o mundo moderno” exigem rapidez, que tudo aconteça “agora”. Neymar é só um garoto, que vai amadurecer com o tempo, assim como todos os outros.

E quanto aos que acham que ele é insolente, esperem que o menino amadureça. Todo jovem quer ser diferente e demonstrar ou afirmar sua personalidade (não vêem a gola da camisa levantada, o corte de cabelo chamativo e a chuteira estilosa?). Espero que ele dê muitas alegrias a todos nós, por enquanto, vê-lo jogar é resgatar a alegria e o prazer de sentar e assistir uma partida de futebol.

3 comentários:

Unknown disse...

Descordo. Acho o Neymar um ótimo jogador que já tem maturidade suficiente para saber em que momento brincar, dar chapéu e etc. Sou um defensor do futebol bonito, futebol arte, como Djalminha e o restante, mas eles sabiam fazer, faziam na hora certa, com um único objetivo: o gol.
O Neymar usa sua habilidade para fazer circo, não obejivando o gol, e isso faz com que ele seja rotulado de infantil, coisa que creio que el não é. Pra mim ele é esperto e sabe irritar os adversários para expulsá-los e sair em vantagem no jogo.
Bom de bola? Sim.
Se eu quero ele na Sociedade Esportiva mais respeitada de Brasil (Palmeiras)? Sim.
Mas só daqui 5 anos, hoje, deixa que o Santos cuide da creche.

Unknown disse...

Como Santista que sou não posso deixar de elogiar e agradecer a alegria que Neymar trouxe de volta ao nosso time e a todo o futebol brasileiro que andava muito tedioso... Como já tive meus 18 anos sei que ele não tem tanta maturidade mas concordo com o Fabinho, ele faz o adversário se irritar mas daí a xingar o próprio técnico (não faço leitura labial mas foi nítido o "vai t****"). Isso foi desrespeitoso, ele precisa de um puxãozinho de orelha, quem sabe até mesmo começar o próximo jogo no banco pra aprender que não dá pra fazer tudo que der vontade sempre. No mais, continue brilhando, Menino da Vila!

Eli Cassiano disse...

É ... temos um problema, que para mim é constitutivo das sociedades pós modernas; os jovens estão ficando cada vês mais tarde adultos, vivemos uma infantilização do ser humano, um retardamento das resposanbilidades e das atitudes responsáveis, enfim ... no futebol, surge uma revelação, a mídia o projeta além de seu talento e, nem todos os craques estão assistidos adequadamento para lidarem com isso. No caso do Neymar, parece-me que ele está preparado para jogar um ótimo futebol, mas não para para ser um craque (alá Zico, Rivelino, Tostão etc), porque, fundamentalemte, um craque além de jogar um excelente futebol, respeita o adversário, pois o objetivo é o fubebol (ainda que arte e espetacular) mas nunca o futebol "circo" que faz na humilhação do outro o trapolim para a sua exaltação.